As regiões vulcânicas são os exemplos mais evidentes de paisagens associadas a rochas magmáticas. Já noutros artigos discutimos a formação de algumas destas estruturas (cones vulcânicos, caldeiras vulcânicas, manifestações de vulcanismo secundário, depósitos de lava, etc.). Por isso, iremos apenas abordar aqui alguns aspectos que ainda não foram falados: a disjunção prismática e os caos de blocos (este tipo de paisagem já diz respeito a rochas magmáticas plutónicas), e construções que usam basalto e granito.
Disjunção Prismática
Por vezes, quando a lava solidifica em determinadas condições específicas, fá-lo de uma forma muito particular. Contrai sobre si própria e origina prismas hexagonais com uma geometria quase perfeita.
Há exemplos deste tipo de paisagem um pouco por todo o mundo. A Calçada dos Gigantes, na Irlanda é um dos exemplos mais famosos. Contudo, em Portugal também temos formações muito interessantes, como o Pico de Ana Ferreira (na ilha de Porto Santo – Madeira. Os habitantes locais chamam ao afloramento “tubos de órgão”, porque fazem lembrar um órgão de tubos) e o penedo do Lexim, perto de Mafra (embora neste caso não seja tão evidente o tipo de formação que é). No powerpoint que está no site sobre este tema podes encontrar lá várias fotografias do Penedo do Lexim e do Pico de Ana Ferreira.


Caos de Blocos
Caos de Blocos é o nome que se dá a uma paisagem em que existe um grande aglomerado de blocos rochosos (normalmente de granito), arredondados, dispersos de uma forma mais ou menos caótica.
Poderás encontrar este tipo de paisagem em Portugal em algumas serras como as de Sintra, Arga, Peneda, Alvão, Caramulo, Estrela, Gerês e Gardunha.

Fotografia de PVP in SAPO fotos
A paisagem de caos de blocos forma-se devido à alteração do granito. Vejamos como:
1. Formação de Diaclases. Se bem te recordas, o granito é uma rocha plutónica, isto é, forma-se em profundidade. Quando é trazido à superfície, devido às diferenças de pressão (no interior da Terra a pressão é muito maior) e de condições atmosféricas, ele tem tendência a fracturar-se. Essas fissuras que se formam chamam-se diaclases.
2. Arredondamento dos blocos. As diaclases fazem com que o bloco grande se parta em vários, com formas geométricas angulosas. A água das chuvas começa a entrar pelas diaclases e altera o granito. Contudo, o “ataque” da água das chuvas é maior nos cantos (porque estão mais expostos) e os blocos começam a ficar arredondados.
3. Acção das águas sobre os minerais do granito. O granito é formado por três tipos de minerais principais: quartzo, feldspato e micas. O feldspato e as micas são dissolvidos pela água das chuvas. Transformam-se em minerais de argila e são levados para longe com as águas. Falta o quartzo. Como é um mineral muito resistente, o quartzo não é dissolvido, mas solta-se da rocha original. Ao soltar-se, cai e forma a areia quartzítica que cobre o solo destas regiões.

Nestas zonas, é possível ver alguns blocos com formas muito curiosas, como a Cabeça do Velho, na Serra da Estrela.

Fotografia de Bruno Miguel Neves no Olhares.
Construções que usam rocha granítica
O tipo de material utilizado nas construções é uma boa forma de ver qual é a rocha mais abundante numa determinada zona. O granito é fácil de identificar nas construções porque dá aos edifícios um aspecto acinzentado, como os da cidade do Porto, por exemplo.
Vejamos outros exemplos:


Esta vila é famosa pelos seus espigueiros, construídos sobre uma enorme lage de granito que a população utilizava como eira comunitária. Os espigueiros são construídos sobre pilares porque os ratos não os conseguem trepar e assim não comem o cereal. As aberturas laterais permitem a passagem do vento para ajudar a secar o milho e as pequenas cruzes no topo são uma espécie de pedido a Deus para que hajam sempre boas colheiras.
Fotografia de Jose Antonio Martinez, em Wikimedia Commons. Podes ver mais fotos aqui.
Construções com rocha basáltica
O basalto é uma rocha vulcânica que em Portugal se encontra em grandes quantidades quase exclusivamente na Madeira e nos Açores (em Portugal continental, como já viste, existe apenas em zonas muito específicas, nos arredores de Mafra). Assim, são as construções das ilhas as que usam o Basalto. Esta rocha identifica-se facilmente porque tem um aspecto poroso e uma cor negra, diferente das que estás habituado a ver em Portugal em Continental.

Reconheces facilmente o basalto pela cor negra.

Fotografia de Carlos Pinto, no Flickr. Mais fotos aqui.
Bom site