Já vimos que o movimento das placas é responsável por algumas estruturas do relevo, como podes ver aqui.
Mas quando as placas litosféricas se deslocam umas em relação às outras, não é apenas na zona dos limites de contacto que se podem observar estruturas específicas. Estes movimentos vão refletir-se mesmo no interior da placa, em toda a sua extensão. Tal como um pano de seda que enrugas em cima da mesa – verás que não é apenas nas bordas que ele enruga, mas em todo o lado.
É nas rochas que podemos ver o resultado das forças que fazem mover as placas litosféricas.
A mobilidade das placas litosféricas reflete-se nas rochas e nos seres vivos, e têm como consequência:
- formação de dobras
- formação de falhas
- distribuição das espécies
Quando as rochas são sujeitas a forças podem ter dois tipos de comportamentos:
Dúctil – quando as rochas dobram sem partir. Formam-se dobras.
Frágil – quando as rochas se partem. Formam-se falhas.
O comportamento dúctil ocorre normalmente em zonas onde a temperatura é mais elevada. A temperatura favorece a maleabilidade dos materiais. Se aqueceres uma vela, verás que a consegues dobrar sem partir, enquanto que se tentares o mesmo quando está fria rapidamente ficarás com dois bocados na mão.
Vejamos em mais pormenor o que se passa com as dobras e as falhas.
Dobras
Resultam de forças compressivas. Podem ter a concavidade voltada para cima ou para baixo, ou até mesmo para o lado. Quando a concavidade está voltada para cima chamam-se Anticlinal (antiforma), quando está voltada para baixo chamam-se Sinclinal (sinforma). Quando a concavidade está voltada para cima ou para o lado chamam-se dobras neutras.
É claro, temos de ter em conta que as formações rochosas são contínuas. Assim sendo, os anticlinais e sinclinais sucedem-se uns aos outros, como o fole de uma concertina.
Se estiveres com um pouco de atenção, podes encontrar em muitos sítios vários exemplos de dobras.

Falhas
Podem resultar de forças compressivas ou distensivas.
Quando as rochas fraturam, dão origem a dois blocos: o Tecto e o Muro.
Tecto – é o bloco que é mais largo em cima
Muro – é o bloco que é mais largo em baixo
A classificação das falhas tem sempre por referência o movimento do Tecto em relação ao Muro.


Distribuição das espécies
Também a distribuição das espécies é condicionada pelo movimento das placas. O movimento das placas explica porque é que há espécies tão parecidas em continentes tão afastados e porque é que a Austrália tem animais e plantas tão diferentes do resto do planeta.
Aqui tens um powerpoint onde poderás ver a explicação:
CN7-Distribuição das espécies from Rita Rainho
Podes descarregar este powerpoint no site, na secção de downloads.